5º Episódio - Um passo mais perto (T1 Ep. 5-1)
Um momento de nostalgia
Terça-feira, 9 de Julho
Hoje
foi um longo dia de trabalho, ainda assim a alegria de me reunir com as meninas
deu-me um pouco mais de energia para superar o fim de tarde que se previa cheia
de animação. E numa data tão especial como a de hoje energia não pode faltar. É
o aniversário da Monic! Ela é uma grande fã da natureza, adora estar ao ar
livre e de actividades familiares. As suas festas de aniversário são autênticas
feiras de diversões, com jogos diversificados, bancas de comida e bebida,
dispostas num espaço bem coordenado e decoradas a preceito.
Pela
altura da minha chegada a presença de rostos familiares compunha o recinto.
Apreciando o espaço, com o refresco, oferecido na entrada, em mão, procurei
pela Monic para a parabenizar. Enquanto o fazia, entre acenos e cumprimentos,
dei comigo a pensar… - “Quão estranho é esta sensação de reencontro, este
sentimento de ausência inconsciente!” – Nem um mês de férias passara, mas em
verdade, muito mais era o tempo que, agora, parecia nos distanciar uns dos
outros. Ao avistar a Monic junto da Dianne e da Sofie dirigi-me na sua
direcção. Contudo, um rosto em particular roubara a minha atenção, trazendo-me
à lembrança momentos de um passado não tão distante…
Monic:
Então que carinha é essa? Não quero caras tristes hoje!
Rose:
Não estou tristes Monic. Apenas um momento de nostalgia…
Joan:
Nostalgia?! Oh minha linda, ainda vamos ter muitos momentos como este…
Rose:
Joan, já chegaste!
Joan:
Olá meninas, muitos parabéns Monic.
Monic:
Obrigado Joan. Não me parece que a Rose se esteja a referir a isso! – E com um
gesto, nada subtil, orientou a atenção de Joan para o Ryan.
Joan: Oh! Ryan e Johana… Estou
a perceber!
Sofie:
O príncipe já não tão encantado.
Rose:
Não! Não o vejo desse jeito! Simplesmente, sinto saudades da nossa amizade. Agora
mal que falamos.
Dianne:
Como eu te entendo! O primeiro amor deixa sempre saudades. Também me lembro
perfeitamente do meu. Na terceira classe eramos inseparáveis, passávamos as
horas do recreio a brincar juntos… Mas depois das férias de verão, quando
regressamos para a quarta classe, nada foi igual. Andava sempre com a nova
miúda, era como se eu nem existisse.
Rose:
Não… - Disse um pouco incrédula, pois não consegui entender o dramatismo
enfático da Dianne. “Era como se eu nem existisse.” Quão cruel seria esse seu
amigo!
Monic:
Um momento trágico na vida da Dianne, tão trágico, que ficou obcecada em
organizar e planear tudo com antecedência. – O eufemismo era perceptível no seu
tom. Por mais que a Dianne diga que ultrapassou o sucedido, ela nunca percebeu
o que aconteceu, para o seu melhor amigo de infância lhe deixar de falar e por
mais que fossem crianças naquela altura, ela realmente gostava muito dele e a
mágoa permanecia em si.
Dianne:
Tão engraçadinha! Aprendi que se souberes o que te espera não terás surpresas
desagradáveis. Hoje em dia se passarmos um pelo outro é bem capaz de nem nos
reconhecermos. No teu caso, tu é que não aceitaste namorar com ele e…
Rose:
Eu tinha e tenho um carinho por ele, mas não desse jeito… Não queria estragar a
amizade que tínhamos e acabei por o fazer na mesma.
Joan:
Ambas têm aqui amigas para a vida. – Disse no seu jeito brincalhão, encostando a
cabeça no ombro da Dianne e colocando o seu braço esquerdo a envolver-me.
Monic:
Um brinde à amizade meninas…
Sofie:
E a ti Monic!
Esta
é uma verdade incorruptível. A amizade é para a vida. São os laços de sangue
que criamos por escolha, unindo-nos por um amor incondicional, livre de
qualquer interesse para proveito próprio. Livre de julgamentos e com a verdade
sempre presente. É um sentimento de entrega sem pertença, nem expectativa de
recompensa…
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