A Natureza do teu verdadeiro Brilho (T1 Ep.3-2)

  A nossa pequena celebração de início de férias estava a chegar ao fim, era quase meio-dia e a seguir ao almoço esperava-nos uma tarde de limpezas no ginásio da escola, então seguimos para casa e por todo o caminho não nos contínhamos na partilha de ideias para o nosso novo trabalho de verão.
Contudo, havia outro assunto, que embora ainda não tivesse sido mencionado, não estava esquecido…
Rose: Ficamos combinadas às duas da tarde aqui, então!?
Joan: Ficamos sim!
Rose: Até logo Joan.
Joan: Até logo! Ah, Rose, é verdade! Chegaste a descobrir de quem é a máscara?
Rose: Não. Tenho-a em casa. Não é de nenhuma das meninas, não é tua, não sei de onde apareceu.
Joan: Isso é muito estranho. Quando andavas à procura de uma máscara para o meu aniversário, não terias essa por lá guardada?
Rose: Não, nunca vi aquela máscara até ontem. Tenho a certeza!
Joan: A sério?! Porque eu acho que já a tinha visto. Podia ter caído para dentro dos sacos…
Rose: Eu sabia! Foste tu, não foste?
Joan: Não Rose, juro-te que não fui. Tenho a impressão de já a ter visto, não tenho é a certeza de onde, mas acho que foi contigo, ou em ti. – A sua expressão revelava o esforço que fazia para se recordar. Por um momento a sua certeza fez-me duvidar de mim mesma. Eu sei que não tem sentido lógico, porém, de uma certa forma senti o mesmo ao ver aquela máscara, um estranho sentimento de pertença, todavia eu não tinha qualquer recordação de alguma vez a ter tido, nem mesmo em criança.
Rose: Minha não é. Como disse, eu nunca a vi antes! Deves estar a fazer confusão.
Joan: Pode ser, mas não deixa de ser estranho!
Rose: Tenho-a lá em casa e lá vai ficar até o dono se apresentar.
Joan: Já falaste com as meninas?
 Rose: Já, nenhuma a levou. Até pensei em afixar uns panfletos pela escola…
Joan: Hum, não sei se será boa ideia. Isto se queres manter o anonimato.
Rose: Pois! Essa foi a razão pelo qual desisti da ideia. Iria adicionar mais frenesim à volta de quem a usava, não iria dar bom resultado. Estou satisfeita em ter participado… Foi fantástico ver as reacções ao nosso trabalho.
Joan: Tens um talento inato. E ao desfilares brilhastes com a tua forma simples e divertida, a escola inteira adorou. Acredito que se descobrirem que eras tu, ficariam tão surpreendidos como fascinados…
Rose: Talvez, mas eu… Eu… - Ao imaginar a noite de ontem, a forma como, tão descontraidamente, me deixei levar durante o meu desfile pelo palco, até fiquei um pouco corada.
Joan: Estiveste bem! Anima-te, foi só uma ideia. O nosso segredo está a salvo.
Rose: Obrigado, Joan. Eu vou indo até casa, encontramo-nos depois do almoço.
Joan: Claro! Até logo.

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