Define um Objectivo e Alcança-o (T1 Ep2-4)

   Domingo, 26 de Maio
Das várias responsabilidades que a Joan e eu dividimos entre nós, nenhuma seria feita sem a presença da outra. Isto fora planeado numa fase inicial, pois a verdade é que com o passar do tempo fomos adaptando as nossas tarefas em função das capacidades e da disponibilidade de cada uma. Passo a passo aprendemos melhores formas de aproveitarmos o tempo em função dos resultados finais e a confiar mais nas aptidões de ambas. Somos melhores amigas e convivemos todos os dias, mas não neste grau de exigência. Comprometemo-nos com a Dianne, com a Associação de Estudantes e com a escola. Tínhamos de fazer um bom trabalho e para isso dependíamos uma da outra.
Aprendemos, também, um pouco mais sobre gerir as nossas poupanças. Os imprevistos acontecem e, embora possa soar estranho “prever o imprevisto”, estes devem ser contabilizados, deixando sempre uma margem disponível para lhes fazer frente. No pequeno orçamento que fizemos para contabilizar o dinheiro que tínhamos e o material que precisávamos comprar, esta foi uma falha, pois estávamos convencidas de que não iriamos precisar de mais material. Bem, lição aprendida! Margem para erros e imprevistos, check.


Joan: Bom dia Rose!
Rose: Bom dia Joan! Está tudo bem? – A Joan estava, novamente, com umas olheiras, como se tivesse passado a noite toda em claro.
Joan: Sim… Eu, ah… não dormi bem. Trouxe o material que nos faltava. Vamos ao trabalho?
Rose: Não preferes descansar um pouco?
Joan: Não, não! Eu estou bem, a sério! Foi só um pesadelo que não me deixou dormir bem. Estou pronta para por as mãos à obra. Esta semana temos de concluir o que podermos, porque no próximo fim-de-semana a Dianne precisa de ajuda e a seguir vem a semana dos exames e logo depois a da feira.
Rose: Vamos a isto, então.
A Joan estava um pouco estranha, senti que algo a incomodava. Apesar das minhas tentativas em perceber do que se tratava ela dizia que estava tudo bem, o que me deixava mais preocupada, pois nunca houve segredos entre nós. O seu cansaço era notório, mas como prometera, a Joan vinha todos os dias. Embora a costura não fosse um dos seus pontos fortes, ajudava como sabia. Cortava os forros, ia buscar material sempre que necessário, trazia-nos o lanche… E a cada dia que passava mais uma peça concluída.
Chegamos a sexta-feira com cinco dos oito conjuntos prontos. Estávamos dentro do planeado. A faltar-nos, depois dos últimos conjuntos feitos, apenas concluir os adereços para cada indumentária, podíamos passar este fim-de-semana tranquilas, dedicando o Sábado para ajudar com o necessário para o Baile e para a Feira e Domingo numa sessão intensa de estudo.
Na semana que se avizinha serão cinco dias de exames… É estranho, normalmente, fico nervosa, um pouco ansiosa até, mas desta vez sinto-me confiante no trabalho preparatório que fiz com a Joan, as sessões de estudo semanais, o rever todos os dias a matéria dada… - “Acho que estou pronta!?”
Em apenas um mês muito mudara na minha rotina, a este ponto não podia dizer com certeza se para melhor ou para pior, porém algo em mim começara a mudar, eu nunca me senti assim tão confiante em relação a nada. E desde que iniciara, há duas semanas, o trabalho para o desfile de abertura do baile na escola, sinto vontade de fazer mais, sinto-me com mais força, com mais garra. Não queria desiludir as meninas, nem a escola, é verdade, mas dentro de mim sabia que esta força vinha por fazer algo que me deixava feliz, completa, fazia-me sentir eu mesma. Estranho, hã?!

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